Dias antes da morte de Tatya...
O vento frio que soprava pelas janelas abertas dos corredores do palácio parecia antecipar a tempestade que se aproximava. Eliara caminhava com passos lentos, mas firmes, o coração ainda ferido pelas palavras que ouvira na sala do trono, pelas dúvidas nos olhos de Valkar — e pelas decisões cruéis de um rei que não conseguia separar o trono do coração.
Mas naquela noite, algo dentro dela havia mudado. Ela não choraria mais. Não por ele. Não por ninguém.
Sulla a esperava no antigo santuário, um espaço esquecido nos jardins do palácio, onde poucas servas ousavam ir. Era ali que o plano ganharia forma.
— Pensei que desistiria — disse Sulla, com a voz baixa, o capuz escondendo parte do rosto.
— Nunca fui de desistir fácil. — Eliara parou diante da mulher e a fitou com intensidade. — Está pronta para me ajudar a fazer justiça?
— Por Tatya? Por tudo o que ela fez a você? Estou. — Sulla se aproximou e estendeu um pequeno frasco com restos de uma su