fome de amor

Era manhã, Sara acordou e olhou para a porta, trancada e escorada com uma cadeira, ela suspirou de alívio, Loan não havia voltado pra casa naquela noite, e ela havia tido uma noite de paz. Sara levantou-se, fez sua higiene matinal, já pronta, ela sentiu sua barriga roncar, então saiu de seu quarto em direção a sala de jantar, de longe ela avistou sua mãe e suspirou, tudo que ela se perguntou foi, será que hoje terei o direito de tomar café da manhã? sua mãe regulava suas refeições, Sara tinha em torno de um e cinquenta e cinco de altura, mais baixa do que sua mãe gostaria que fosse, de quebra tinha seios avantajados,a cintura estreita, o que destacava ainda mais o quadril largo e arredondado e uma bunda que se destacava bastante, tudo que Margaret não julgava elegante em uma mulher, então desde que o corpo de Sara começou a se moldar durante a adolescência, Margaret limitava as refeições dela para aquelas curvas não se destacarem.

– bom dia mãe. – disse Sara em um tom cuidadosamente calculado, já sua sua mãe, respondeu de forma fria.

– bom dia. – logo o silêncio se estabeleceu de novo, Sara engoliu em seco, em seguida estendeu a mão até uma cesta com pães na intenção de pegar um, mas sentiu um tapa arder em sua mão.

– Ai mãe, por que me bateu?

– não reclame, as pessoas detestam garotas reclamonas. – Sara mais uma vez engoliu em seco, então disse em um tom contido.

– Apenas ia pegar um pão.

– você não vai tomar café da manhã hoje, acha que não vi você ontem se entupindo de doces e salgados na festa, você já é baixa demais, gorda aparentaria mais baixa e feia do que já é.

– desculpe mãe. — Sara respondeu entristecida.

– como pode ser possível que por mais que eu te eduque você nunca se comporta da forma que ensinei.

– mãe, eu fiz algo de errado, lhe envergonhei? — Sara perguntou temerosa.

– é tudo que você faz Sara, haviam várias jovens naquela festa, todas reunidas, conversando sobre moda, rapazes, música e você estava pra cima pra baixo com a filha dos Martines, uma criança de sete anos.

– mas mãe, as outras crianças estavam excluindo ela, eu só quis ser gentil.

– pelo amor de Deus Sara, crianças são assim, isso não era nenhum um fim do mundo do qual você precisava salvar aquela garota. – para Margaret o que Sara fez não era grande coisa, mas para aquela garotinha, Sara havia lhe salvado a noite.

– desculpe mãe, não vai se repetir. – disse Sara reunindo suas forças para formular aquela frase, no dia anterior ela não havia comido nada além de um copo de água de coco, tudo pra caber no vestido que sua mãe havia comprado, que por sinal era menor que suas medidas, na festa, pensando estar longe dos olhos ágeis de sua mãe, comeu todos os doces e salgadinhos que conseguiu, mas a aquela hora da manhã, obviamente já estava faminta.

– sempre escuto isso. – disse Margaret, Sara suspirou, em seguida viu seu pai e seu irmão passarem pela porta, naquele instante o medo e a angústia terminaram de tomar seu corpo.

– que bom que chegaram. – disse Margaret, Loan sentou ao lado de Sara, a tensão por parte dela aumentou, já ele fingia normalidade. – querido, onde foi tão cedo?

– a casa de Tyler resolver alguns assuntos, ele irá nos tirar dessa fase difícil. — contou Donato.

– como? – Margaret questionou interessada, enquanto isso, Sara permanecia calada assistindo todos comerem, enquanto a ela havia restado apenas olhar.

– ele irá se casar com Sara, em troca nos dará uma boa quantia em dinheiro, alguns milhões, melhor dizendo.

– com Sara, tem certeza? ele ao menos a viu? – Margaret disse com desdém, mostrando que não achava que alguém pudesse se interessar por ela, já Sara, estava boquiaberta, desnorteada com aquela notícia, com o coração acelerado e a mente a mil.

– claro que tenho certeza, Sara não é feia, e o mais importante, é pura, algo que ele faz questão. – disse Donato, mas ocultou a parte mais importante do acordo, Sara estava se preparando para dizer algo, para reclamar, mas Loan agiu primeiro, dando um soco sobre a mesa, que assustou a todos.

– estão loucos? eu não aceito isso. – disse bufando de raiva, Sara engoliu seco, adoraria pensar que Loan por primeira vez estava agindo com um bom irmão, mas ela sabia bem que não era esse o motivo.

– o acordo já está feito Loan, sei que sentirá falta da sua irmã, mas é por uma boa causa, estamos cheios de dívidas, sem isso não poderia mais manter a vida que você tem. – Loan bufou, com lágrimas nos olhos, Sara falou quase que em um sussurro.

– Vocês vão me vender? – mas ninguém se comoveu, não tinham empatia com ela, sempre foi dessa forma e aquilo era um lembrete claro do quanto ela era desimportante para aquela família, que era algo indesejado, que agora, poderiam se livrar, e ainda tirar vantagem da desgraça dela.

– ora, não seja reclamona, já lhe disse isso hoje, deveria estar agradecida por um homem como Tyler Marino querer casar com você. – disse Margaret, a quebrando ainda mais, Sara vendo que não tinha o que fazer, que sua venda já havia sido concretizada, apenas levantou-se e correu para seu quarto, ao entrar no ambiente de paredes brancas e móveis sem adorno algum, completamente sem decoração, ela atirou-se em sua cama, afundou o rosto no travesseiro e gritou, sua família havia a vendido, e pensava que quando fosse entregue a Tyler, sofreria coisas ainda mais cruéis do que havia vivido ali. Naquela manhã, seu sonho de ser feliz, encontrar alguém bom para compartilhar sua vida, havia morrido, restando apenas medo, pobre Sara, sequer teve tempo de sofrer em paz, logo Loan entrou naquele quarto, ela se encolheu colocando o travesseiro a frente de seu corpo, mas de nada serviu, logo ele a segurou com força sobre a cama.

– você não pode aceitar isso, você é minha. – ele disse entre dentes, seu semblante era pura raiva e lascívia.

– eu não posso fazer nada, nosso pai já decidiu, ele já me vendeu. – ela disse entre lágrimas.

– você tem que dar um jeito nisso, você não pode casar com esse homem, você não é pura, ele vai te matar quando descobrir. – disse ele a deixando ainda mais assustada.

– Loan, me solta, você está me machucando.

– calma maninha, eu só quero matar a saudade. – disse ele, então mais uma vez cometeu aquele ato tão profano, tão imundo, que havia a destruído desde que tinha apenas treze anos de idade e se repetia dia após dia.

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