Mundo de ficçãoIniciar sessãoSara assistiu todos ali comemorarem seu casamento, sua sentença, comiam e bebiam como se fosse o momento mais feliz, enquanto ela sequer podia tomar um copo de água, aquele vestido estava tão apertado que mal respirava, sentia até náusea, sua cabeça doía, mas se mantinha de pé, em seu desespero contido, que começou a se tornar ainda mais intenso quando assistiu as pessoas indo embora, desejando a Tyler uma boa noite de núpcias, quando chegou a vez de seu pai e de sua mãe, eles cumprimetaram Tyler e foram embora, sem ao menos se despedirem de Sara, o que mais uma vez mostrou a ela o quanto era desimportante naquela família.
Sara olhou Tyler de pé ao meio da sala, a olhando com frieza, mas com curiosidade, havia chegado o momento de consumar o casamento, de dar início as tentativas para a engravidar, não havia desejo, amor, nada, seria apenas um ato automático, sem intenção de ter prazer, apenas fazer o que era preciso. Tyler tomou um gole da bebida que segurava em sua mão, em seguida colocou o copo sobre a mesa e disse. – vamos. – ela assentiu com a cabeça, então o seguiu em direção ao quarto, desde que havia chegado ali, não havia dado uma palavra sequer e assim seguiu até o quarto, mas aquilo mudou quando a porta se abriu e Rei, o cachorro de Tyler saiu se aproximando minimamente dela. – ai meu Deus. – ela disse assustada, era um cachorro grande, sem simpatia alguma. – ele não vai te morder. – ela assentiu com a cabeça e entrou no quarto junto a ele que logo em seguida fechou a porta a fazendo se assustar com o barulho, estava com o medo a flor da pele, podia sentir seu coração batendo em seus ouvidos, o som era ensurdecedor, quando o viu abrindo os botões de seu terno, o desespero tomou conta de seus atos. – por favor, por favor não faça isso… – ela pediu, ele parou de desabotoar o terno, franziu a testa e a olhou confuso. – eu não quis isso, não é minha culpa, por favor não me mate, não me mate, não me mate. – ela pediu enquanto caia de joelhos aos pés dele, pálida, desesperada, implorando por sua vida. – ei, do que está falando? — ele perguntou buscando entender. – por favor, por favor…– ela continuava pedindo em desespero, enquanto seu corpo perdia as forças, logo estava caída, sem sinal de consciência, Tyler ajoelhou ao lado dela, tentando acordá-la, mas ela não reagia. – que droga, o que essa garota tem? – ele questionou a si mesmo, então a pegou no colo e a colocou na cama, usando de seus conhecimentos em medicina, afinal era formado na área, ele a examinou, o pulso estava fraco, a pressão havia caído, ela estava pálida, para deixá-la mais confortável, ele começou a tirar o vestido, sob a luz, ele viu várias marcas no corpo dela, marcas de dedo, unhas, mordidas, incontáveis hematomas. – o que houve com você? – ele se perguntou, quanto mais olhava, mais hematomas via, após retirar quase todas as peças de roupa, restava apenas a calcinha, ele a segurou pelo cós e puxou um pouco, vendo que havia um absorvente ali, ele colocou novamente no lugar, em seguida ele foi até o quarto que estavam as malas dela, ele abriu uma por uma, ali encontrou uma camisola, rapidamente ele voltou ao quarto, e a vestiu, por fim a acomodou melhor na cama, ela seguia apagada e ele intrigado com todas aquelas marcas. Era manhã, Sara sentiu seu ventre doer, ela se encolheu, aos poucos ela viu as lembranças da noite passada surgirem em sua mente, ela abriu os olhos, olhou ao redor, logo a frente da cama, ela viu Tyler a olhando sério, sentado em uma poltrona, ela gritou de susto e agarrou um travesseiro a sua frente, foi então que viu que, estava usando uma camisola e não o vestido da noite anterior? – você tocou em mim…o que você fez? – ela perguntou, temendo que mais uma vez tivesse passado por aquele ato profano. – você desmaiou, tirei seu vestido e botei uma camisola, que marcas são essas no seu corpo? – ele perguntou de forma seria. – não, não é nada, eu cai. – ela mentiu. – caiu de onde? – no banheiro da casa dos meus pais. – sério, as paredes tinham dedos e unhas, elas tentaram te segurar e acabaram te arranhando, no entanto, não conseguiram te segurar e você caiu no chão que tinha dentes, não seja mentirosa, reconheço bem marcas de dedos e de dentes. – eu…eu briguei, na rua. – tentou ela mais sua vez, sua voz já embargada pelo choro, ele levantou-se, se aproximou dela, que se encolheu ainda mais na cama. – eu quero respostas e você vai me dar, ontem você pediu em desespero que eu não te matasse, porque pensou que eu te mataria? – ele perguntou, ela ficou em silêncio, apenas chorando, então ele alterou a voz, a deixando ainda mais assustada. – vamos, fale logo. – eu…eu não sou virgem. – ele franziu a testa, uniu aquela confissão às marcas no corpo dela e tirou suas conclusões, irritado ele pegou o abajur e atirou contra a parede. – sua maldita, eu paguei por você, por que seu pai garantiu que você era pura, mas então horas antes do casamento você decidiu ter uma foda selvagem com sabe-se lá quem. – eu não queria. – queria sim, você tinha a opção de recusar transar, se é que já não tinha perdido a pureza muito antes da droga desse trato. – ele gritou com raiva, afinal ela havia lhe custado uma boa grana, ela o vendo agir de forma tão agressiva, em um momento de medo, acabou contando o segredo doloroso que levava consigo a sete longos anos. – eu juro, eu não queria, eu não tive escolha, eu…eu fui estuprada, fui estuprada desde os treze anos até a noite anterior ao casamento. – ele paralisou, a olhou ali, sentada, chorando, tão desesperada, ao mesmo tempo envergonhada, se cobrindo com o lençol, como se ela fosse suja e nem mesmo fosse digna de estar no mesmo ambiente que ele, por muitas vezes se sentia assim, suja, impura, Tyler repudiava aquele tipo de ato, extasiado com a situação, ele se aproximou da cama, sentou na mesma e segurou a mão dela e com compreensão e raiva perguntou. – quem foi o maldito? – ela em meio aos soluços do choro, contou. – meu irmão. – aquilo desconcertou Tyler ainda mais, tudo que ele fez naquele momento foi silêncio, pensando em como um irmão poderia cometer tal atrocidade com a própria irmã. – por favor, eu imploro, não me mate. – ela pediu o despertando daquele limbo que havia sido jogado. – não se preocupe, não farei isso.






