Daphne esperava há oito anos para que o seu noivado com Vincent finalmente se concretizasse e ela pudesse se casar com o homem que amava. Na noite em que eles marcariam finalmente a data do casamento, ela ficou em choque quando seu noivo confessou seu amor por sua irmã e a pediu em casamento. Furiosa, ela teve uma noite com um desconhecido, e se casou com ele. Mas Daphne descobre que o homem com quem se casou é o seu novo chefe e agora ele procura sua esposa perdida.
Leer másDaphne
Era a noite do meu noivado. Eu estava animada, após esperar oito anos, eu e Vincent finalmente iriamos marcar a data do nosso casamento.
Francamente, eu teria me casado com ele imediatamente, assim que o conheci. Ele era o homem mais bonito que eu já coloquei meus olhos, inteligente e destemido, mas Vincent instituiu para fazermos as coisas no tempo certo.
Concordei e os anos se passaram, tantos que eu já não suportava mais esperar. Estava parada em frente ao espelho e me admirava, confiante de que essa seria a noite mais importante da minha vida. Eu estava pronta para me comprometer para sempre com o homem que eu amava.
Soltei meus cabelos negros e ajeitei minha franja. Dei uma última conferida no vestido marrom que eu vestia. Ele era justo e mostrava minhas pernas, mas Ember, minha irmã mais velha, disse ser a roupa ideal para um momento como aquele.
— Você está tão sexy nessa roupa, Daphne – Ember disse quando me encontrou na sala. – O Vincent não vai resistir quando te vir vestida assim.
Eu não deveria dar ouvidos à Ember, ela era vulgar e oferecida, mas ela conseguia todos os homens que desejava, aliás, eles se arrastavam aos pés dela. Se ela dizia que Vincent não resistiria, ela sabia o que estava dizendo.
Olhei para as horas no relógio de pulso e tomei um gole do meu energético. Todos deveriam estar aqui. Observei minha mãe preparar a mesa, colocando todas as comidas de que Vincent gostava. Pela primeira vez na vida, ela parecia orgulhosa das minhas escolhas, afinal ele era gerente de uma grande companhia multimilionária.
Dez minutos depois, a porta se abriu e Vincent entrou com um grupo de pessoas segurando garrafas de cerveja e gritando. Eles estavam animados e aquilo pareceu um bom sinal. Com um sorriso, Ember correu para cumprimentá-los, enquanto fiquei parada no meio da sala. Deveria ser um momento íntimo que envolvesse eu e Vincent, mas agora minha casa estava cheia de pessoas que eu nem conhecia, ofuscando a noite que deveria ser só minha.
Vincent finalmente veio me cumprimentar, com um beijo na bochecha, depois disso se virou e foi para perto dos seus amigos. Todo o brilho nos meus olhos desapareceu.
Percebendo o quanto ele estava distraído com a bebida, caminhei até ele e sussurrei em seu ouvido.
— Vamos anunciar a data do nosso casamento?
Ele olhou em meus olhos, deu de ombros e voltou a atenção para a bebida e para os amigos, como se não me conhecesse.
Sentindo a mão de Ember me puxar, fui arrastada para o outro lado da sala.
— Deixe que ele se divirta, Daphne – ela dançava e bebia na minha frente como se estivesse zombando de mim. – Homens odeiam ser pressionados.
Eu o estava pressionando? Após esperar oito anos por uma decisão? Girei os pés e caminhei o mais rápido que pude para longe de Ember. Eu não era obrigada a ver todos se divertindo às minhas custas e pisoteando o momento que esperei como se não fosse nada.
Peguei uma garrafa de bebida na mesa da cozinha, abri e virei-a nos meus lábios. Eu não gostava de bebidas alcoólicas, mas aquela noite pediu por isso. Após beber metade da garrafa, sentindo minha garganta queimar, limpei os lábios e as lágrimas que escorriam. Eu deveria estar chorando de felicidade, mas eu estava tão furiosa que eu mal conseguia me controlar.
Eu não ia esperar mais oito anos, se Vincent não queria fazer aquilo, eu o faria. Larguei a garrafa na mesa e caminhei até a sala destemida a anunciar a data do nosso casamento de uma vez por todas.
Quando coloquei meus pés no lugar, desejei, no entanto, ter ficado longe.
Vincent segurava uma caixa com um anel dentro, seus olhos me alcançaram. Pensei que aquele seria o meu grande momento, meu coração acelerou, pensando que finalmente eu seria recompensada por tanta espera.
— Daphne – ele disse, mas não se moveu.
— Sim – eu sorri. – Anuncie o nosso casamento, querido.
Mas ele hesitou, olhando para além de mim.
— Me desculpe, Daphne – a voz dele não falhou em nenhum momento.
Ele caminhou na minha direção e passou por mim, indo na direção de Ember, e se ajoelhou diante dela. Um murmurinho constrangedor invadiu a sala. Ninguém conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, menos Ember, ela não parecia nada surpresa com aquilo.
— Sei que é loucura, mas, Ember, você quer casar comigo?
Depois, um silêncio ensurdecedor foi instalado em toda a casa. Todos os olhares se voltaram para mim. Foi o grito histérico da minha irmã mais velha que rompeu a humilhação que recaía sobre mim.
— Eu aceito – meus ouvidos lutaram para compreender o que eu ouvia. Ember havia aceitado o pedido do meu noivo?
Meus olhos ardiam. Meu noivo colocou um anel no dedo da minha irmã no dia em que deveríamos anunciar a data do nosso casamento. Ember chorando e o puxando para um beijo.
— Que merda é essa? – Eu gritei.
Vincent e Ember pararam na minha frente. Vincent, mais bêbado do que antes, tropeçava em minha direção, enquanto Ember tinha um sorriso presunçoso no rosto. Então ela sabia de tudo.
— Daphne, eu sinto muito – ele gaguejou.
— Vincent – eu o interrompi. – Poupe suas desculpas, eu as ouvi por oito anos. Agora chega!
Sem outras palavras, eu me virei e saí da casa, incrivelmente ninguém veio atrás de mim. Vaguei pelas ruas da cidade até não me lembrar mais de nada. Quando acordei na manhã seguinte, desorientada, minha cabeça pulsava de dor. Fechando os olhos contra a luz que se infiltrava pelas cortinas, eu demorei para entender que eu não estava no meu quarto. A percepção me abalou. E eu desconhecia esse lugar e essas roupas espalhadas no chão.
Eram roupas masculinas.
De repente, o chuveiro ligou. Oh, meu Deus! Tive um caso de uma noite com um desconhecido? Peguei minha bolsa, passei na ponta dos pés e, quando cheguei à porta, corri para fora o mais rápido que pude.
Daphne Antes visto pela sociedade como um homem de valor familiar, exemplo de empresário e bom pai, agora Ramon era descrito pelos jornais de mídia social como um homem cruel e assassino. Todos falavam sobre o crime bárbaro que ele havia cometido. Depois de o Haiden cuidar do ferimento, ele se arrumou e foi para a empresa. Eu e Genevive tentamos convencê-lo de desistir, mas ele disse precisar fazer algo. Com Ramon preso, acusado de assassinato, quase todos os investidores retiraram suas ações e a situação da empresa colapsou. Nem eu mesma poderia salvá-la e de fato não sabia se queria fazer isso. Eu construí uma vida dentro daquele lugar. Por muito tempo me senti orgulhosa por fazer parte daquela empresa reconhecida internacionalmente, mas isso foi arrancado de mim desde o dia em que descobri que meu marido misterioso era o CEO. Algumas pessoas não suportaram me ver bem, outras me detestavam antes mesmo de saber toda a verdade. E assim todos eles se juntaram para tentar me elimin
Daphne Eu agarrava Elijah com tanta força contra o meu peito que ele começou a reclamar. Eu mal havia percebido que o medo de que Ramon fizesse mal ao meu filho fizesse eu apertá-lo, que o deixaria sem ar. Eu o soltei, mas não o coloquei no chão, embora ainda fosse uma criança. Elijah odiava que eu o pegasse no colo. — Eu não sou mais um bebê, mamãe – ele protestou. — Mas parece um quando sai correndo daquele jeito – eu o recriminei e finalmente o coquei no chão - promete para mim que não vai mais fazer isso. Ele olhou profundamente nos meus olhos e concordou com a cabeça. Quando me ergui, Genevive estava parada na minha frente e senti um frio na espinha ao perceber que ela estava mais séria do que o normal. — Onde está o Haiden? Estava aí a pergunta que eu não queria responder. — Ele foi à delegacia soltar a Natalia – a voz de Ramon rompeu logo atrás de mim, me fazendo agarrar Elijah e escondê-lo nas minhas costas – acho que eles vão reatar o casamento. — Não fale bobagens,
Natalia. Eu ainda me recordava do grande susto que tive ao ver a Daphne novamente. Todos acreditavam que ela havia falecido e parecia que todos ficaram surpresos e intimidados ao encontrá-la viva novamente. Meu mundo desmoronou. Observei a maneira como Haiden a encarou, como ele se emocionou e, naquele instante, tive a certeza de que o perderia para sempre. A ideia de ter um filho poderia me manter próximo a ele. Ao sair naquela manhã, algo em mim indicava que Haiden estava a caminho para vê-la. Meu peito acelerava descontroladamente. O problema em tudo isso foi que eu me apaixonei pelo meu marido, o que não deveria ter acontecido. Durante cinco anos, eu lutei contra esse sentimento, desprezei o Haiden, o humilhei, acreditando que nunca o perderia. Por que nós só damos valor a algo ou alguém quando perdemos? Quando meu celular vibrou, eu vi o que não queria ver. Era uma foto de Haiden beijando Daphne. O inevitável havia acontecido e bem mais rápido do que eu imaginava. Eu fingir
Horas antes. Haiden Acordei horas depois, sozinho no quarto. O dia já escurecia. Lembrei então que havia chegado ali de tarde e Daphne me segurou. Depois, tudo se tornou um enorme borrão. A porta do quarto se abriu e vi Genevive entrar com uma bandeja de comida em mãos. — A notícia de que você fugiu do hospital já se espalhou – ela falou isso, deixando a bandeja em cima da mesa ao lado – tive que ir ao hospital esclarecer isso. — Sinto muito, mãe, se causei problemas para você. Eu me levantei lentamente, me sentando enquanto ela repousava a bandeja nas minhas pernas. Meu braço ainda doía e eu mal conseguia mexê-lo. Evitei me esforçar para não sentir dor e deixar minha mãe ainda mais preocupada. — Onde está a Daphne? – questionei, olhando para a comida parada à minha frente sem vontade de comer. — Ela foi descansar em outro lugar, já que você tomou conta do quarto dela – eu ri com a situação, embora não devesse – você a deixou assustada. Eu nunca havia visto a Daphne tão preocu
Ramon O telefone não parava de tocar na mesa ao lado da cama. Eu olhava para o teto, o peito acelerado, lembrando-me do incidente com o Haiden e me sentindo culpado por colocá-lo nessa situação. Eu o forcei a se casar com a Natalia e essa decisão quase faliu nossa empresa e quase matou o meu filho. Me levantei assim que ouvir um burburinho no andar de baixo. Desde que Genevive partiu, a casa tornou-se silenciosa. Era raro ouvir até mesmo as vozes dos meus empregados. Eu havia mandado quase todos embora. Depois que meu casamento acabou, minha vida tornou-se cinza e sem graça. Eu andava pelos corredores vazios, cheios de lembranças e meu peito explodia. Eu podia ser inescrupuloso, mas eu não era um traidor. Genevive foi embora de casa me acusando de traição, mas não foi exatamente ela que eu havia traído. Me levantei rapidamente e corri as escadas. Meus joelhos estalaram e eu precisei me lembrar de que já não era mais tão jovem. Precisei parar por um segundo para recuperar o fôlego
Daphne Eu não deveria ter abandonado o Haiden depois dele arriscar corajosamente sua vida para me salvar. Eu deveria ter confrontado o Ramon e tê-lo feito pagar por cada palavra que me disse, mas eu preferiria agir como uma covarde e fugir, deixando Haiden para trás. Agora, não consigo parar de pensar em como ele está. Fiquei me corroendo por dentro até finalmente chegar ao hotel e ser bombardeada por perguntas vindas de todo o lado. — Como o Haiden está? – Rute perguntou, depois foi Claus e seguiu uma onda em cima de mim que eu quase não pude aguentar. — Ele está bem – eu menti irritada – fez a cirurgia e ficou no quarto para se recuperar. — Você não o viu? – Claus me encarou com uma sobrancelha levantada. Ele era um detetive, como eu poderia mentir para ele? — Eu o vi, mas o Ramon estava lá e eu não consegui ficar ao lado dele. Eu não estava com vontade de lidar com o que estava acontecendo. Eles estavam decididos a saber cada detalhe, mas eu não tinha nada para oferecê-los
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