infeliz dia

Cerca de vinte dias haviam se passado, Sara viveu um verdadeiro inferno dentro de casa, durante o dia era massacrada em dietas mirabolantes por sua mãe, para ficar “perfeita” no vestido de marca comprado com o dinheiro de Tyler, Sara estava passando tanta fome que já não tinha mais vitalidade, durante as noites, nem mesmo podia dormir, Loan tornava suas noites tenebrosas, na noite anterior havia sido muito pior que todas as outras, mas mesmo em meio a isso, sua mente não parava, as palavras de Loan rodeando “você não é pura, ele vai te matar quando descobrir” o medo a consumia, estava a ponto de enlouquecer, sua mente não aguentava mais, seu corpo muito menos.

– ah meu Deus, hoje é o dia do seu casamento e você acordou ainda mais feia que nos outros dias. – disse Margaret enquanto olhava a filha deitada na cama, olhando diretamente para o teto, sem ao menos piscar.

– eu não quero casar mãe, por favor, não faça isso. – ela clamou, tinha medo do que aconteceria quando Tyler descobrisse que ela não era mais virgem, mas também não tinha coragem de contar que sua pureza havia sido roubada por seu próprio irmão, o que lhe restou mesmo foi aguardar seu infeliz destino.

– sem reclamações, Sara, você tem noção do quanto aquele homem é rico e bonito, deveria estar agradecida por ele querer alguém como você.

Em sua casa, Tyler tomava uma taça de vinho com um sorriso nos lábios, seu plano estava para se cumprir, mas não imaginava o quanto estava sendo sofrido para a outra parte do trato, na verdade,Sara nem mesmo sabia toda a realidade daquele acordo feito feito entre Donato e Tyler.

– Quanta alegria, parece até que vai casar. – brincou Patrick ao surgir ali.

– deve ser por que vou me casar, em breve meu plano será concretizado. – disse ele, Patrick suspirou em seguida disse.

– Você já teve algum contato com essa mulher?

– não.

– e não pensou que ela pode te causar algum problema?

– não, Donato me garantiu que ela é “dócil”

– dócil? Ela é um cachorro por acaso? – Patrick questionou e naquele instante viu Rei, o cachorro de Tyler se aproximar um Rottweiler que não mostrava simpatia, mas mostrava os dentes, e demonstrava estar sempre pronto para morder alguém, Patrick com medo do animal que mais parecia um ser sanguinário, deslizou para o lado de Tyler que apenas riu. – se ela é dócil, seu cachorro não é, quando ele vai se acostumar comigo?

– ele não gosta de pessoas, às vezes não gosta nem de mim e rosna. — disse Tyler.

– espero que ele não morda a garota.

– mas de jeito nenhum, não vou permitir que nada aconteça a ela, a genitora dos meus filhos tem que estar em perfeito estado.

– pelo menos isso. — disse Patrick ainda se encolhendo.

A cada segundo que passava Sara sentia mais medo, sua vida era incerta, viveria ou morreria quando ele descobrisse que ela não era mais pura? estava sem saída, mas ainda tinha uma ponta de esperança, que seu pai se comovesse com seus pedidos. Sara estava em seu quarto, suas malas já haviam sido levadas para o carro, ela se olhava no espelho, perfeitamente maquiada, vestida de branco, um vestido branco, longo, de mangas compridas, mas ela não via beleza naquilo, um dia que deveria ser feliz, mas que para ela poderia ser sua sentença de morte, o dia mais infeliz de sua vida. Ainda estática em frente ao espelho, Sara viu a porta se abrir, era seu pai, usando um terno sob medida, sorridente, feliz com a venda que havia feito, Sara caminhou até ele, a frente dele, ela se ajoelhou e deixou as lágrimas caírem por seu rosto.

– pai, por favor, não faça isso, por favor, não me obrigue a casar.

– Sara, levante-se, vai sujar o vestido.

– pai, por favor… – ela implorou, ele com brutalidade a levantou pelos braços e disse.

– não me arrume problemas, agora cale a boca e vamos, não podemos nos atrasar.

Era noite, Donato chegou a casa de Tyler, havia alguns carros ali, seria uma breve cerimônia, casamento apenas no civil, com a presença de alguns aliados e amigos de Tyler, pessoas influentes na máfia. O momento havia chegado, segurando o braço de seu pai, Sara caminhava em direção a Tyler, ele sorria afinal iria realizar seu sonhos, mas ela, ela chorava, não de alegria e ele podia ver isso. A cerimônia foi rápida, logo ele estava assinando os papéis do casamento, em seguida passou a caneta para ela, que com as mãos tremendo, assinou o documento, enquanto lágrimas pingavam sobre as folhas, o juiz a olhava com certo pesar, estava a par de que aquele era mais um dos casamentos arranjados da máfia, mas sem sombra de dúvidas, de todas as noivas que já havia visto, aquela era a mais sofrida.

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