O carro deslizou pelas dunas como se fosse conduzido por forças invisíveis. O motor roncava baixo, mas o silêncio dentro do veículo era ainda mais profundo, como se o ar em torno de Samara tivesse sido roubado pelo olhar penetrante de Khaled. As janelas amplas lhe mostravam um mundo que parecia saído de uma miragem: o deserto infinito, dourado pela luz do entardecer, e ao longe, erguendo-se como um templo perdido no tempo, o palácio da família Al Hassan.
Samara pressionou as mãos contra o colo, nervosa. A cada quilômetro que se aproximava daquele lugar, mais sentia que atravessava não apenas uma estrada de areia, mas um portal para um destino desconhecido.
O palácio surgiu com toda sua imponência. Era uma mansão de mármore branco e pedras antigas, erguida no coração do deserto como se desafiasse a própria eternidade. Torres esguias alcançavam o céu, e cúpulas douradas brilhavam refletindo os últimos raios de sol. Portões de ferro trabalhado se abriram lentamente, rangendo como se guar