O calor do Oriente parecia vibrar no ar como se cada partícula de poeira fosse uma chama suspensa. Samara caminhava lentamente pela feira movimentada, os olhos atentos e, ao mesmo tempo, incrédulos de que aquilo fosse real. Não era apenas uma viagem de negócios; era como se tivesse sido arrancada da realidade costumeira e jogada em um sonho — ou talvez em um pesadelo. As vozes em árabe, a mistura de perfumes de especiarias, de tecidos tingidos, de flores exóticas e de óleos essenciais enchiam seu olfato de uma intensidade quase insuportável.
Ela sentia o coração bater forte, como se pressentisse que cada passo a conduzia para algo que mudaria seu destino.
No mesmo instante, a quilômetros dali, Khaled recebia a ligação de seus homens. O tom seco do guarda ecoou como um trovão dentro do palácio:
— Majestade, a brasileira não está no ponto de recepção do aeroporto.
Um silêncio carregado se fez. Khaled sentiu a terra tremer sob os próprios pés. Seus olhos de esmeralda endureceram, a mandí