O silêncio do deserto, quebrado apenas pelo uivo da tempestade de areia, parecia guardar segredos antigos de amores, guerras e destinos entrelaçados. Dentro da cabana improvisada, Samara ainda tremia levemente, a respiração curta, os olhos perdidos entre o medo e o cansaço. O corpo dela carregava o peso da fuga, da desesperança e do trauma que havia enfrentado. Khaled, sentado a poucos passos, observava-a com a intensidade de um predador que vigia a presa, mas também com o cuidado de um guardião que não permite que nada toque naquilo que já considera seu.
Ele não disse nada por alguns instantes. Limitou-se a ajeitar a fogueira, cujas chamas tímidas projetavam sombras dançantes nas paredes de tecido da cabana.
O corpo dele era firme, quente, pulsava vida em cada músculo. Samara repousou contra o peito largo e escutou o compasso profundo da respiração dele. Tentava não pensar, não sentir, apenas sobreviver àquela noite. Mas algo dentro dela se mexia, como se a proximidade desse homem fo