O amanhecer no deserto era uma pintura dos deuses. O sol surgia lento, como se tivesse receio de ferir a imensidão dourada que se estendia em dunas sem fim. A areia cintilava em tons de ouro e cobre, refletindo a grandeza daquele reino indomável. O vento soprava suave, mas carregava consigo a promessa de um dia abrasador. Os coqueiros solitários se erguiam como sentinelas, e alguns cactos, teimosos, resistiam ao calor que em breve se imporia.
Na cabana erguida em meio às dunas, Samara foi a primeira a despertar. Seus olhos, ainda pesados de sono, demoraram a se acostumar com a luz que invadia as frestas de madeira. Sentia o corpo mole, exausto, mas havia algo mais…
uma sensação estranha de calor e firmeza. Quando se moveu, percebeu com horror: estava deitada sobre o peito forte de Khaled.
Seu coração disparou, como se quisesse saltar para fora do corpo. A respiração acelerada denunciava seu constrangimento. A cabeça repousava sobre o peito dele, onde o som compassado das batidas do co