Mundo de ficçãoIniciar sessãoO asfalto refletia o brilho pálido dos postes, e o som do motor era o único ruído cortando a madrugada.
A cidade dormia, mas eu não. Nem a raiva. O GPS projetava o ponto vermelho piscando — coordenadas aproximadas da última triangulação da ligação. Zona portuária. Território de ninguém. O tipo de lugar que a polícia evita, e os homens de Vescari chamam de “sala de espera do inferno”. Enquanto dirigia, as lembranças vinham em flashes cortantes. A chuva. O grito da minha mãe. A sirene azul refletindo nas poças da rua. O corpo do meu pai. E o sapato rosa da Louise, sozinho no banco de trás. O mesmo nó apertou o peito, como se o tempo tivesse voltado pra arrancar o ar outra vez. Mas eu não era mais o garoto que se culpava. Agora eu era






