57. "Adorei te conhecer"
O salão era uma vitrine de luxo. Lustres cintilantes, taças alinhadas como soldados de cristal e pessoas que pareciam ter saído direto de revistas de negócios e moda. Eu, no entanto, estava ali de vermelho, tentando acreditar que não era apenas um acidente de percurso naquela noite.
Miguel caminhava ao meu lado com naturalidade irritante, como se tivesse nascido para transitar naquele mundo. Eu, por outro lado, tinha que respirar fundo a cada passo para não deixar escapar que estava deslocada.
— Nervosa? — ele perguntou, a voz baixa e polida.
— Eu? — arqueei uma sobrancelha. — Imagina. Estou ótima, quase me sentindo em casa. Só falta o tapete com meu nome bordado.
Ele riu, e eu também, porque era mais fácil rir de mim mesma do que admitir que meu estômago estava em guerra.
A certa altura, Miguel me puxou para a pista de dança. Eu protestei de leve, mas ele insistiu com aquele jeito calmo que não dava para rejeitar sem parecer grosseira.
— Prometo não deixar você tropeçar — disse, ofer