Um mês.

Foi o tempo que levei sem ver Dante. Um mês que parecia um ano inteiro.

Ele havia partido de repente, com aquela frieza calculada que parecia blindá-lo de tudo, e eu decidi que não deixaria que a ausência dele me consumisse. Não depois de tudo o que ele causara. Mas a verdade é que, mesmo quando tentava afastá-lo da minha mente, havia sempre um espaço dele em mim.

A vida, no entanto, seguiu seu ritmo.

Meu pai finalmente recebeu alta. Eu mesma fiz questão de organizar os últimos detalhes, mesmo com Dante tendo insistido em manter seguranças na porta do hospital. Assim que pude, agradeci educadamente — e dispensei todos. Precisava respirar, precisava que meu pai também respirasse.

— Ele vai surtar quando souber que mandou todo mundo embora. — Lara comentou, enquanto me ajudava a ajeitar as flores no quarto.

Revirei os olhos. — Que surte. Não vou viver com um guarda-costas atrás de cada esquina.

Ver meu pai sorrindo ao assinar os papéis foi como respirar depois de muito tempo emb