O gosto metálico de pólvora ainda estava na minha boca. O vidro estilhaçado da janela do carro refletia as luzes da rua, enquanto o cheiro de gasolina e fumaça impregnava o ar.
Mais um atentado. Mais uma tentativa de me derrubar. A diferença é que, dessa vez, não fui o único alvo. — Senhor Emberlain, precisamos sair daqui agora. — Matteo, um dos homens da segurança, empunhava a arma como extensão do braço. Os olhos atentos, varrendo cada sombra da rua. Assenti, mas minha mente não estava na emboscada, nem nos tiros que quase atravessaram meu crânio. Minha mente estava nela. No mesmo instante em que pensei em Ágatha, o celular vibrou no bolso do terno, como se o universo tivesse lido meus pensamentos. O nome dela acendeu na tela. Atendi no primeiro toque. — O que houve? — minha voz saiu grave, carregada de urgência. Do outro lado, ela respirava rápido