O camarim estava do jeito de sempre: maquiagens espalhadas, figurinos pendurados e a sensação sufocante de que eu nunca tinha sossego ali dentro. Suspirei, largando a bolsa na cadeira, pronta para retocar a maquiagem antes do ensaio.
Foi quando vi.Entre os batons e pincéis, havia um envelope branco, limpo demais para ter passado despercebido antes. O coração bateu forte. As mãos tremeram ao rasgar a aba.As palavras, escritas em tinta vermelha, pareciam arder na minha pele:“Acha que está segura porque ele está por perto? Ele só a torna mais vulnerável. Dante Emberlain vai pagar caro por colocar as mãos em você.”A respiração falhou. O mundo girou por um instante. Não era só sobre mim. Agora era sobre ele.Antes que pudesse racionalizar, já tinha o celular na mão, discando.— Dante… — minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria. — Ele deixou um bilhete. No meu camarim. Ele falou de você.Do outro lado da linha