A mansão Rabbit parecia mais cheia que o habitual naquela noite. As modelos transitavam pelo hall como se fosse uma passarela, risadas ecoavam pelos corredores e, ainda assim, eu sentia a ausência dele. Dante não estava ali, e o vazio da sua presença pesava de um jeito que eu não queria admitir.
Foi quando ouvi o barulho grave de um motor na entrada. O som conhecido fez meu coração dar um salto involuntário. Caminhei até a varanda interna, fingindo desinteresse, mas meus olhos buscaram imediatamente a figura dele descendo do carro. Dante Emberlain. Terno escuro, postura impecável, aquele ar de quem sempre estava no controle. E, mesmo à distância, percebi: o olhar dele me encontrou. Houve um segundo em que o mundo pareceu parar, e só existíamos nós dois. Não havia sorrisos, apenas aquela troca muda, cúmplice, que dizia muito mais do que eu gostaria. — Ágatha?! — uma voz aguda me arrancou do transe. Virei a cabeça e, antes que pudesse reagi