A manhã seguinte chegou carregada de silêncio. Um silêncio pesado, quase insolente, como se cada parede da mansão tivesse engolido a festa da noite anterior e agora se recusasse a devolver os ecos.
Cruzei o corredor de mármore de salto alto, cada batida do sapato reverberando mais alto do que eu gostaria. Nenhum sinal dele. Nenhuma provocação, nenhum olhar oblíquo. Só o vazio. Como se a revelação não tivesse acontecido, como se Dante Emberlain não tivesse sentado ao meu lado e virado meu mundo de ponta-cabeça. E talvez esse silêncio fosse pior do que qualquer palavra. — Ágatha, reunião na sala de imprensa — uma assistente anunciou, quase sem fôlego. — Santi pediu para todos os principais estarem lá. Assenti, mantendo o rosto impassível, mesmo que meu estômago desse um nó. Reunião editorial. Era o dia de escolher a capa do próximo mês. Meu ensaio na piscina, a luz dourada refletindo na pele, estava pronto para estampar cada