124. O convite

Eu sabia que precisava voltar para o camarim — ou quarto camarim, como eles começaram a chamar o antigo quarto de hóspedes transformado em espaço de produção na Mansão Emberlain — antes que o caos da sessão voltasse a me engolir.

A equipe ainda estava no salão da mansão reorganizando tudo, rindo, comentando sobre as fotos, discutindo qual iluminação funcionou melhor. O burburinho me acompanhou até a porta, mas assim que a fechei atrás de mim, o silêncio caiu como um cobertor quente.

Finalmente, só eu.

Ou pelo menos… era o que eu queria acreditar.

Soltei o ar devagar, me encarando no espelho cheio de pincéis, tecidos, luzes e lingeries espalhadas. O robe estava frouxo sobre minha pele. O calor da sessão ainda grudava nos meus ossos.

E o olhar dele… também.

Um único olhar.

Um.

E o controle que eu exibi o dia inteiro estremeceu.

Eu odiava isso.

Comecei a recolher algumas peças que ficaram espalhadas — pura mania, nada mais — quando meu celular vibrou no bolso do robe.

Meu cora
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