121. O retorno
Voltar pra Rabbit no dia seguinte era como entrar em um reality show que eu não me inscrevi, não assinei contrato e não dei autorização de imagem — mas ainda assim era protagonista.
As portas automáticas se abriram e, imediatamente, senti os olhares.
Primeiro curiosos.
Depois impressionados.
E finalmente aquele olhar coletivo que dizia:
> “Ela voltou. E depois de uma tempestade com o Dante Emberlain, ninguém volta igual.”
Pois é. Eu também estava tentando entender quem eu era.
Meu salto ecoou pelo saguão como se exigisse respeito — ou anunciasse a chegada da nova funcionária de maior cargo depois da faxineira terceirizada. Porque agora, com os termos que Dante aceitou, eu tecnicamente era…
Bom, algo tipo modelo-consultora-editora-sem-poder-de-chefe-mas-com-poder-de-quebrar-a-cara-do-chefe.
Uma ascensão que merecia um café grátis. Mas a máquina sempre enguiçava quando eu precisava.
— Meu Deus do céu, ela voltou mesmo… — ouvi alguém cochichar.
— E dizem que ela veio com cláus