106. O Sr. Emberlain em Amalfi
O som do salto no mármore sempre me acalma.
Talvez porque é um lembrete de poder — cada passo ecoando como um aviso.
Mas, naquela manhã, o eco parecia diferente.
Talvez fosse o pressentimento.
Desde cedo, o hotel estava em polvorosa.
Equipe correndo, produtores nervosos, Gabrielle ensaiando risadas falsas diante do espelho.
E eu… eu apenas observava.
Sabia o que estava por vir.
Dante Emberlain estava chegando.
Respirei fundo, ajeitei o vestido vermelho que abraçava cada curva e desci as escadas.
Não precisava olhar pra saber que todos os olhares se voltavam pra mim — a roupa, o perfume, o controle.
Apenas uma coisa podia me desequilibrar.
E estava prestes a entrar por aquela porta.
Quando ele apareceu no saguão, o ar pareceu mudar.
Terno cinza-gelo, camisa branca aberta no colarinho, postura impecável.
Frio, contido, letalmente elegante.
Exatamente como um pecado que sabe o que faz.
Ele cumprimentou Thierry com firmeza, depois as modelos — uma por uma.
Quando chegou