105. Chegada em Amalfi
O sol da Costa Amalfitana tinha a indecência de ser bonito demais.
Aquele tipo de beleza que irrita quando a gente não está completamente em paz.
O mar azul-turquesa parecia debochar, espalhado diante de mim como uma promessa impossível de sossego.
Desci da van da Rabbit ajustando os óculos escuros, o vestido branco esvoaçando com o vento.
As outras modelos falavam alto, animadas — rindo como se a vida fosse uma sequência de filtros ensolarados.
Eu fingia que também achava graça.
— Amalfi, chérie! — exclamou Gabrielle, com aquele sotaque francês enjoado. — De volta à civilização.
Ah, a civilização.
Também conhecida como o inferno de salto alto.
Fingi um sorriso e segui em frente, o salto ecoando no mármore do saguão.
Thierry Lenoir, o dono da maison que bancava a campanha, esperava por nós com um sorriso polido demais pra ser sincero.
— Senhoritas da Rabbit! — anunciou, abrindo os braços. — Bem-vindas à costa mais bela do mundo. Espero que se sintam inspiradas.
Gabrielle a