A manhã seguinte nasceu nublada, com um manto cinzento repousando sobre Yorkshire. Eleanor observava pela janela da sala enquanto a neblina se arrastava preguiçosamente pelo campo, como se quisesse esconder os caminhos por onde já haviam passado — ou talvez, aqueles que ainda precisavam trilhar.
Theo estava sentado no sofá, os olhos fixos em um dos cadernos de Vivienne, agora manuseado com mais cuidado, quase reverência. Ele não falava, mas Eleanor reconhecia aquele silêncio: não era ausência, mas concentração. Dentro dele, algo estava se alinhando. Conectando. Se organizando entre o caos das últimas descobertas.
Ela aproximou-se em silêncio, levando duas canecas de chá. Estendeu uma a ele, e sentou-se ao seu lado.
— Dormiu alguma coisa? — ela perguntou suavemente.
Theo soltou uma pequena risada, seca, mas sincera.
— Entre fragmentos de nomes, rostos que nunca vi e possibilidades que me tiram o chão... não muito. E você?
— Um pouco. O suficiente para entender que ainda estamos de pé —