Capítulo 40

O interior da casa de Celia era diferente do que Eleanor imaginara. Havia uma simplicidade melancólica nos móveis antigos, no tapete gasto sob o sofá, nas cortinas floridas que mal filtravam a luz cinzenta daquela tarde nublada. Mas havia também um cuidado. Um silêncio acolhedor. Como se o tempo ali tivesse deixado marcas, mas não feridas.

Ela os conduziu até uma pequena sala com lareira, onde pilhas de livros, retratos emoldurados e xícaras de porcelana coexistiam em harmonia tênue. Theo permaneceu em pé, atento. Eleanor se sentou devagar, os olhos vasculhando cada canto, como se a história da tia estivesse escrita nas paredes.

Celia sentou-se de frente para eles, tirando o chapéu de aba larga que usava no jardim. Seus cabelos grisalhos caíram soltos pelos ombros, revelando um rosto ainda belo, marcado por anos de silêncio.

— Eu imaginei que seria você — disse, olhando diretamente para Eleanor. — Desde que soube da morte de Vivienne… imaginei que alguém da família viria. Mas confesso
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