O céu estava coberto de nuvens densas quando eles deixaram a casa de Miss Ellory. A pasta repousava no colo de Eleanor como se fosse feita de vidro. Parte dela queria abri-la ali mesmo, no banco do carro, mas outra parte hesitava. Às vezes, as verdades que esperamos encontrar não trazem alívio. Só mais perguntas.
Theo parecia sentir o mesmo. Ele mantinha o olhar fixo na estrada enquanto guiava de volta à cidade, os dedos rígidos ao redor do volante.
— Ela parecia esperar por isso — disse Eleanor, finalmente quebrando o silêncio. — Como se soubesse que, um dia, alguém bateria à porta para perguntar por Elijah.
— Talvez tenha sido um alívio pra ela — respondeu Theo, sem desviar os olhos da estrada. — Carregar algo por tanto tempo sozinho... é cruel.
Eleanor olhou para ele. Havia um endurecimento novo em sua expressão, mas também um traço de vulnerabilidade que não passava despercebido. O menino que perdera o irmão e a mãe em questão de horas ainda existia ali, sob a superfície do homem