A tarde estava cinzenta em Yorkshire, e o vento parecia sussurrar entre as árvores como se a própria terra quisesse contar uma história há muito esquecida. Eleanor e Theo estavam sentados à mesa da biblioteca da casa, cercados por documentos, recortes e anotações. Mas havia uma coisa que não saía da mente de nenhum dos dois: a fotografia encontrada dentro do diário da tia Vivienne. Celia, Rupert e Amélia — verão de 1993.
Celia. A mulher da carta. A mesma que estivera próxima demais dos pais de Theo, de Rupert Wallace. E, de alguma forma, próxima o bastante de Vivienne para que esta guardasse aquela imagem.
— Você acha que minha tia sabia de tudo? — perguntou Eleanor, finalmente quebrando o silêncio.
— Se ela não sabia de tudo... sabia o suficiente para se calar. Ou para proteger alguém — Theo respondeu, recostando-se na cadeira. — Aquela foto não foi guardada por acaso. Ela queria que alguém a encontrasse, um dia. Talvez você.
Eleanor assentiu. As conexões eram delicadas, tênues, mas