A manhã avançava lenta, como se o tempo também estivesse digerindo as revelações da noite anterior. Eleanor e Theo passaram horas relendo cada carta, como se esperassem que as palavras mudassem de forma sob seus olhos. Mas o conteúdo era tão claro quanto perturbador. Vivienne sabia. Não tudo, talvez, mas o suficiente para viver com medo. Ou com raiva.
— Olha isso — disse Eleanor, puxando uma carta menor, quase escondida entre as demais.
Era a única escrita em papel diferente, mais fino, quase translúcido. E assinada com as iniciais “V.H.”, algo incomum nas outras cartas. Endereçada a uma “C.”
“C.,
Sei que você me pediu silêncio. Mas não posso mais fingir.
Eles esconderam mais do que conseguimos suportar.
Eu vi você naquela noite, perto da estufa. Sei que não era coincidência.
E se está lendo isso, é porque algo aconteceu comigo também.
Não acredite em Rupert.
Não confie nele.”
Eleanor ficou em silêncio por alguns segundos.
— Você viu isso? Essa carta não é para o “R.”, é para uma tal