O fim de tarde tingia o céu com tons de cobre e púrpura quando Eleanor se sentou mais uma vez no escritório da casa. A luz suave entrava pelas frestas das janelas antigas, lançando sombras longas sobre as caixas empilhadas. Aquela sala parecia conter o peso de décadas — e segredos — concentrados em cada papel envelhecido.
Theo chegara horas antes com mais alguns documentos resgatados do antigo escritório do pai, Edgar Ravenscroft. Depois que ele faleceu, a maioria das coisas fora encaixotada às pressas e guardada num pequeno depósito. Theo nunca teve coragem de mexer naquilo sozinho, mas agora, com Eleanor ao seu lado, era diferente. Menos doloroso. Quase como se, juntos, pudessem olhar para o passado sem que ele os esmagasse por completo.
— Eu encontrei isso no fundo de uma gaveta trancada — disse ele, estendendo a ela uma pasta fina, de couro escurecido pelo tempo.
Eleanor abriu com cuidado. Lá dentro, havia anotações escritas à mão, recortes de jornais antigos e um bilhete. Um nome