A casa parecia mais silenciosa do que nunca naquela manhã. Talvez fosse apenas a contrapartida natural de um dia anterior tão leve — a quietude que segue momentos de paz, como se o tempo se recolhesse para não interferir. Eleanor, no entanto, sentia-se diferente. Não era só mais leve: havia algo em seu peito que se assemelhava a um fio de coragem. Frágil, sim. Mas real.
Depois de preparar seu chá, subiu até o antigo quarto de Vivienne. A luz da manhã atravessava as cortinas finas e se espalhava sobre a cômoda, onde ainda repousavam algumas peças pessoais da tia — um colar de pérolas, uma escova de prata com monograma gravado e uma pequena caixa de madeira entalhada que sempre lhe chamara a atenção, mas que, por alguma razão, nunca tinha aberto.
Pegou a caixa e a levou até a cama, sentando-se com cuidado, como se o objeto tivesse peso demais para ser manipulado sem reverência. As dobradiças rangeram suavemente ao serem abertas, revelando um interior forrado de veludo vinho, onde repous