Dois dias se passaram desde a noite na lareira. Desde o pacto silencioso entre Eleanor e Theo — não apenas de buscar a verdade, mas de permanecerem lado a lado, mesmo que o caminho os levasse a lugares escuros. Não haviam falado sobre o que estavam se tornando um para o outro. Não era hora ainda. Mas bastava um olhar mais demorado, um silêncio confortável, um gesto de cuidado para deixar claro que algo estava nascendo ali. Algo real.
Eleanor estava sentada na biblioteca, cercada por anotações, recortes e cópias dos documentos que Rupert deixara que levassem. O som de passos a tirou da concentração. Theo entrou na casa, e apareceu de repente, vindo da cozinha, com duas canecas de café. Os olhos estavam mais descansados, apesar das olheiras persistentes. Dormiam mal, ambos, mas ao menos agora dormiam em paz.
— Consegui um nome — ele disse, entregando uma das canecas. — O colega de Rupert. Aquele que guardou parte dos arquivos antigos da delegacia. Chama-se Arthur Bellamy. Morava no vila