Capítulo 14

A estrada para Penhurst serpenteava entre colinas úmidas e bosques densos, como se os conduzisse não apenas a outra cidade, mas a outra camada da história. Eleanor olhava pela janela do carro antigo de Theo — um modelo escuro, robusto, que parecia tão fora do tempo quanto ele mesmo.

Nenhum dos dois falava muito. O caderno de Vivienne estava guardado no porta-luvas, envolto em um pano de linho como uma relíquia frágil. Mas o silêncio entre eles não era desconfortável. Era denso, cheio de pensamentos não ditos, e até isso parecia significativo.

— Está com frio? — Theo perguntou de repente, os olhos ainda na estrada.

— Um pouco. — Ela sorriu sem jeito. — Mas é um frio bom. Do tipo que mantém você acordada.

Ele assentiu.

— Penhurst não fica longe, mas o clima lá é outro. Mais velho, mais pesado, de certa forma. Como se tivesse mais fantasmas por metro quadrado.

— Parece o lugar perfeito pra um ex-detetive viver em reclusão, então.

Theo soltou um meio sorriso, mas seus olhos ficaram sérios
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