Depois da conversa com Kai, onde Lia abriu seu coração e deixou toda dor fluir, os dias voltaram a parecer mais calmos. Mas alguma coisa ainda não estava certa.
Lia sentia o peso no peito mais leve…
Como se o ar dentro da casa estivesse mais doce outra vez.
Como se, depois do desabafo, a alma tivesse encontrado espaço pra respirar.
Kai continuava por perto. Como sempre esteve, mas parecia mais cauteloso, esperando que Lia se abrisse novamente.
Mais presente do que nunca.
Mas havia algo diferente…
Uma vibração sutil no ar…
Como uma mudança que ainda não tinha nome.
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Certa manhã, Lia acordou antes do sol nascer.
O céu ainda estava escuro…
Mas o silêncio era outro.
Mais denso.
Mais… atento.
Ela levantou devagar, como se seu corpo estivesse escutando algo que ela mesma ainda não entendia.
Desceu as escadas…
E encontrou a chaleira no lugar de sempre.
Mas… por um segundo… não se lembrava de tê-la deixado ali na noite anterior.
Fez o chá como sempre fazia.
Mas o gosto… e