O carro deslizou pelas ruas com o silêncio mais barulhento que Aurora já experimentara. Ela olhava pela janela, os braços cruzados sobre o peito, tentando fingir indiferença. Mas por dentro, seu corpo ainda fervia. A tensão em seu pulso — onde ele a segurara — ainda latejava. A sensação de pertencimento que ele impusera com aquela simples frase que havia dito mais cedo— "Você é minha esposa agora" — ainda vibrava nos seus ossos.
Enrico, no banco do motorista, dirigia com os olhos fixos na estrada, a mandíbula travada, os dedos cerrados no volante como se fosse esmagá-lo. Cada músculo de seu corpo parecia tenso, como se ele lutasse contra um impulso primitivo.
Quando chega