Narrado por Dante Ferraz
O carro ainda estava parado.
O motor desligado.
A respiração dela se misturava à minha, numa dança silenciosa entre nós.
E o mundo lá fora... distante, quase irrelevante.
Dentro do carro, só existia Lorena.
E eu, enfrentando o vazio que restava em mim após ter visto meu filho pela última vez.
Tentei, em vão, limpar o rosto, mas era um fracasso evidente.
Ela permaneceu ali, ao meu lado.
Silenciosa.
Firme.
Aquela força que não se faz notar, mas que é inegavelmente presente.
Quando finalmente falou, suas palavras foram como um sopro revigorante:
— Você vai ver ele de novo. — afirmou com a convicção de quem tem certeza no âmago do ser.
A garganta arranhou ao tentar responder:
— Como?
Ela virou-se em direção a mim, apoiando o cotovelo no encosto do banco, com um olhar travesso, iluminado de expectativa.
— Contei a verdade pra diretora... — começou, soltando um sorriso que anunciava travessura. — E fiz uma ajudinha pra ela se convencer.
Franzi a te