Era um domingo qualquer, desses com cheiro de café fresco e barulho leve de vida dentro do apartamento. Giovanni estava no tapetinho da sala, cercado por seus brinquedos, enquanto Max montava um dos blocos de montar gigantes que ele adorava derrubar. A TV murmurava algo ao fundo, mas tudo em mim estava atento a eles dois — ao modo como Max se abaixava com paciência para ensinar, mesmo sabendo que Giovanni preferia morder as peças em vez de encaixá-las.
Eu observava da cozinha, apoiada no batente da porta com uma xícara de chá entre as mãos, tentando absorver aquele momento como se fosse possível guardá-lo para sempre. Max fazia caretas, brincava de esconde-esconde com os bichinhos de pelúcia e deixava Giovanni rir alto, daquele jeito banguela e escandaloso que me fazia rir junto. Meu filho estava crescendo. E crescendo cercado de amor.
Foi então que aconteceu. Giovanni, em um impulso que só ele entendeu, se apoiou nas próprias perninhas, segurando o braço do sofá com firmeza. Eu não d