Charlotte
Giovanni acordou antes do sol hoje.
Eu sentia seu corpinho quente se revirando no berço portátil ao lado da minha cama, emitindo aqueles sons doces que só um bebê é capaz de fazer. Ainda sonolenta, estendi o braço e o puxei com cuidado para o meu peito. Ele se aconchegou com a cabecinha perto do meu coração, e, como sempre, tudo pareceu silenciar ao redor. Eu beijei sua testa e fechei os olhos mais um pouco, aproveitando aquele instante de paz.
— Bom dia, meu milagre… — sussurrei, sorrindo quando ele tentou segurar meu dedo com sua mãozinha gordinha.
Cinco meses. Era quase inacreditável.
Cinco meses desde o dia em que meu corpo se abriu em dor e amor, tudo ao mesmo tempo. Giovanni já sorria com intenção, reconhecia vozes, emitia sons diferentes para fome e manha, e fazia questão de babar absolutamente todas as roupas que eu vestia.
Ele era… tudo.
E, mesmo com tudo que aconteceu, mesmo com as cicatrizes ainda abertas, eu conseguia sentir uma paz doce nos momentos em que estáv