Acordar com ela por perto era ao mesmo tempo o céu e o inferno.
Charlotte andava pela casa com os cabelos presos de qualquer jeito, uma camiseta larga e o bebê no colo… e mesmo assim, era a coisa mais bonita que meus olhos já viram.
Mas a beleza vinha acompanhada de um lembrete cruel: ela não era minha. Não mais.
A cada gesto dela — a forma como evitava meu toque, como cortava conversas antes que eu dissesse demais, como me agradecia com um "obrigada" contido toda vez que eu fazia algo por ela ou por Giovanni — era como se ela estivesse dizendo:
"Ainda não confio em você. Talvez nunca confie."
E isso me destruía.
Eu carregava minha culpa no peito como uma âncora, e por mais que cada gesto meu tentasse provar o contrário, ela ainda me via com as lentes de um passado que eu mesmo criei.
Ela me vê como o homem que gritou. O que não ouviu. O que preferiu acreditar em mentiras. O que a humilhou.
E por mais que eu tenha me arrependido de tudo — por mais que eu tenha mudado — o estrago estav