A noite foi caindo aos poucos, trazendo aquele silêncio confortável de casa cheia e coração tranquilo. Depois que Clara e Ricardo foram embora, fiquei andando devagar pela cozinha, ajeitando uma ou outra sacola que ainda estava no canto. A barriga estava levemente pesada, mas de um jeito bom. Como se dissesse: Você cuidou da gente hoje.
Liguei as luzes mais baixas da sala e fui até o escritório improvisado — a antiga salinha de leitura, agora tomada por post-its, cadernos e meu notebook.
Sentei com uma xícara de chá de camomila e abri o curso online que tinha começado sobre empreendedorismo feminino. Eu ainda não sabia exatamente o formato final da minha futura startup, mas a vontade de criar algo próprio, que fizesse sentido com quem eu era agora, só crescia. Algo que misturasse acolhimento, maternidade, autonomia… ainda era vago, mas era real.
Assisti duas aulas, anotando palavras soltas:
Rede. Confiança. Digital. Comunidade. Cuidado.
E bem no finalzinho, sublinhei uma frase da pr