Depois de mais um tempo de conversa, risadas e chá morno, o sol já começava a descer devagar pela janela da cozinha. O relógio da parede marcava quase cinco da tarde quando Clara se levantou de um pulo.
— Vamos logo, senão o mercado fecha e você vai ter que viver de cereal por mais uma semana — disse, apontando pra minha despensa meio vazia.
— Ei, cereal com leite é uma refeição completa — provoquei, mas já me levantando também.
Subi pro quarto e escolhi o vestido mais simples e confortável que encontrei — mas ainda assim justo o bastante pra deixar a barriga à mostra. Eu gostava de vê-la assim, saliente, redonda. Não era só um volume qualquer. Era vida.