O quarto da Clara era escuro e silencioso, só um filete de luz escapava pela fresta da cortina. Eu entrei devagar, sentindo o cheiro de coberta, sono e perfume adocicado.
Me aproximei da cama e me sentei com cuidado na beirada, olhando pra ela ali, toda enrolada no edredom.
— Clara... — chamei baixinho, tocando de leve no ombro dela.
Ela resmungou, se virou de lado com os olhos ainda fechados, a voz arrastada de sono:
— Hmm? Que foi?
Engoli em seco. A garganta apertada, as mãos geladas.
— Porra... — soltei num sussurro, sentindo o peito pesar. — Acho que tô grávida.
Ela abr