ISABELLA
O som me arranca da escuridão.Zumbido, passo firme, algo metálico… e depois a dor.Cada músculo grita, cada osso parece quebrar de novo. Mas não me mexo.Abro os olhos e a claridade fere.Branco. Limpo. Estranho. Muito calmo.O ar é pesado, o cheiro frio e limpo me sufoca.Por um segundo, não sei onde estou… mas a memória volta como uma lâmina. Como se voltasse a algo que queria esquecer.O impacto.A mão dele no meu rosto.O sedativo queimando meu corpo.O carro. O chão duro.As correntes.Levi.A sensação de prisão me acomete, mas o ódio explode dentro de mim.Meu corpo treme sozinho.— “Não… não… não!” — grito, puxando as correntes, ainda sinto seu peso, tentando quebrá-las, rasgando a pele.Ela não existem mais, foi um pesadelo. Uma memória.Mamãe surge ao meu lado, firme, mas vejo que até ela treme. Mais limpa do que o último dia que tive de consciência.— “Isabe