ALESSANDRO
Não demorou muito depois que Chiara deixou a mansão para que meu instinto me obrigasse a agir.
Isabella fingiu estar tranquila, mas eu vi — no olhar dela, na rigidez dos ombros — que algo naquela visita a havia perturbado. E o pior é que eu também senti.
Chiara não apareceu ali por acaso.
Peguei o paletó, ajeitei o relógio e desci.
Ela ainda não tinha deixado o portão. O carro preto dela estava estacionado ao lado da calçada, o motorista distraído, mexendo no celular. Bati na janela. Ela se assustou, mas abriu o vidro.
— Alessandro… — forçou um sorriso — que surpresa. Achei que não fosse nem se despedir.
Inclinei-me, apoiando uma das mãos na porta.
— Você não costuma aparecer sem um motivo, Chiara. Então, vamos direto ao ponto. Quem te mandou?
Ela piscou, fingindo confusão.
— Mandar? Ninguém me mandou. Estava com saudades, só isso. Ou agora é crime visitar velhos amigos?
Amigos.
A palavra me soou tão falsa que quase me fez rir.
— “Velhos amigos” n