Ⅰ – Centelha e Sombra
A trilha se perdia. A floresta de Myralis parecia mudar de humor a cada amanhecer. Árvores que antes ofereciam passagem agora fechavam seus troncos retorcidos como muralhas. Galhos rangiam, folhas sussurravam em línguas esquecidas.
Nos três primeiros dias, Evelin e Eros caminharam em silêncio atento, olhos buscando qualquer sinal — de vida, de perigo, de... alguma saída.
Eros chutou uma pedra que rolou até se perder sob uma raiz grossa. — Você tem certeza que essa floresta não está viva?
Evelin olhou de lado, arqueando uma sobrancelha. — E quem te disse que ela não está?
Ele parou, encarando-a. — Tá brincando.
— Não. — Ela respirou fundo, passando os dedos pela tatuagem que agora marcava seu antebraço — um desenho circular, formado por linhas que se entrelaçavam como galhos de árvore, estrelas e espirais flamejantes no centro. A marca parecia pulsar, viva, alinhada com o próprio coração dela.
— Desde o templo... eu sinto a floresta. — Ela olhou em volta, como que