Parte I – Evelin e Eros
A água morna da banheira ainda escorria dos ombros de Evelin quando ela ouviu a batida suave na porta. Envolta apenas por uma túnica fina de linho, os cabelos soltos ainda úmidos, a pele vibrava com os resquícios da magia viva de Aquenor — como se o mundo inteiro pulsasse dentro dela.
— Entre — disse, sem se virar.
Eros entrou com cautela, a mão ainda na maçaneta, os olhos absorvendo a cena com intensidade silenciosa. Seus passos eram medidos, mas sua presença carregava uma urgência contida.
— Não conseguia dormir — disse. — Fiquei pensando em tudo o que Thalion nos mostrou. A forma como tudo está conectado… a Trama, as linhas do mundo, essa profecia antiga. É muita coisa. E você, Evelin… está no centro de tudo isso.
Ela se virou devagar, os olhos pousando nos dele com vulnerabilidade crua. O vapor da banheira ainda pairava no ar como um véu etéreo.
— Eu não pedi pra estar — sussurrou. — Mas sei que estou. E o pior… é que às vezes eu me pergunto se sou mesmo ca