O vento de Thariel soprava diferente naquele verão. Evelin já completara vinte e três estações, mas em sua alma, o tempo parecia andar em círculos. A lembrança da traição de Vermon, do esquecimento coletivo, da queda de Oriana — tudo ainda queimava com nitidez dentro dela, como um livro que ninguém mais podia ler. Mesmo após tantos anos, mantinha a farsa de jovem comum: trabalhava nas plantações, cuidava da avó doente, e evitava ao máximo chamar atenção. Mas seu mundo interior era vasto, denso e mágico.Desde os episódios com a água, o fogo e o vento, Evelin treinava em segredo. À noite, se afastava para os limites da floresta, onde deixava o poder fluir em silêncio. Aprendera a erguer paredes de pedra, a guiar o fogo sem queimar, a respirar sob águas profundas e a mover folhas com o sopro da mente. Sabia que isso não era apenas raro — era impossível, segundo os registros da Nova Era.A centelha primordial. Era como chamavam, em sussurros de lenda, a presença de todos os elementos em
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