O vento soprava frio, trazendo consigo um cheiro de madeira úmida, terra revolvida e... algo mais. Algo errado.
Evelin apertou o manto contra o corpo. A trilha finalmente descia, revelando, entre as árvores retorcidas, um vilarejo esquecido, cercado de colinas e silêncio.
Casas tortas, telhados quebrados, janelas fechadas — não pelo frio, mas pelo medo. Não havia crianças brincando. Nem animais. Nem sequer o som de passos.
— Alguma coisa aconteceu aqui. — A voz de Eros soou baixa, mas firme. Seus olhos percorreram o lugar como quem mede uma ameaça invisível.
— Está... morto. — Evelin respondeu, mais para si do que para ele.
Quando atravessaram os limites da vila, o desconforto se tornou físico. Olhares espiavam por frestas. Portas se fechavam às pressas. Pessoas se escondiam como se o simples ato de serem vistas pudesse condená-las.
Um velho sentado numa mureta os fitou brevemente — os olhos fundos, esvaziados, como se a vida já tivesse lhe sido arrancada.
— O que... — Evelin começou,