Theo
Após a conversa com meu pai, saí sem rumo pela praia. Caminhei por horas, a cabeça fervendo, o corpo pesado, como se cada passo me afundasse ainda mais na areia. A revelação dele ainda ecoava em mim, assim como cada palavra cruel que eu havia cuspido contra Clara. Levei a mão ao rosto, tentando me esconder. Mas não dava pra fugir de mim mesmo.
Era hora de voltar. Encarar tudo. Encontrar Clara, pedir perdão, entender como deixei a situação chegar tão longe.
Quando voltei à casa de praia, fui recebido pelo silêncio. Mas não era o mesmo de antes. Dessa vez, havia algo estranho no ar.
— Pai? — chamei ao entrar no hall.