O fim de tarde parecia carregado de luto. O céu, pesado, derramava uma chuva fria, insistente, que misturava-se ao cheiro de terra molhada e gasolina. As sirenes gritavam, cortando o silêncio opressor, enquanto o som das hélices do helicóptero ecoava como um aviso: era agora... ou nunca mais.
Bombeiros, encharcados e exaustos, reviravam os escombros da encosta. Mãos trêmulas, olhos aflitos. Cada segundo parecia uma eternidade esmagadora. Até que... um grito rompeu o caos:
— AQUI! Encontramos alguma coisa!
O mundo parou.
Bruno disparou, correndo, tropeçando na lama, seguido por João, que parecia mais um fantasma que um homem. Quando se aproximaram, o tempo desacelerou — ou talvez tenha parado.
Ali, entre galhos, lama e destroços, estava ela. Amanda.
O corpo parecia tão pequeno, tão frágil. As roupas rasgadas, manchadas de sangue e terra. O rosto, normalmente altivo e iluminado, estava pálido, quase translúcido, com os lábios entreabertos, tremendo de forma quase imperceptível.
— Meu De