O corredor cheirava a sangue e desinfetante.
As luzes brancas piscavam em intervalos, e o som das rodas da maca ecoava como um relógio de contagem regressiva.
Felipe caminhava ao lado, a mão segurando a dela, mesmo quando os paramédicos tentavam afastá-lo.
— Alfa, precisamos de espaço! — gritou um deles, empurrando a maca pelas portas de emergência.
Mas ele não soltou.
Só o fez quando a equipe médica atravessou a porta dupla e o empurrou para trás.
O som do batente metálico batendo ecoou fundo demais, cortando como uma lâmina.
— Senhor Orsine, precisamos estabilizá-la antes da cirurgia. — disse uma das médicas, firme. — O senhor precisa aguardar.
Felipe recuou um passo, o peito arfando.
O sangue de Alice ainda manchava suas mãos.
Ele sentia o vínculo como um fogo sob a pele, um desespero que não vinha apenas dele.
Do outro lado da porta, a voz da médica se sobrepunha a gritos e comandos rápidos:
— Pressão caindo!
— Vias aéreas prontas!
— Perdeu muito sangue, agora!
Feli