A casa estava silenciosa. Não aquele silêncio frágil de quando um bebê dorme, mas o silêncio denso que paira quando o destino se manifesta.
Demyan dormia no bercinho ao lado, envolto numa aura de proteção tão antiga quanto os nomes esquecidos da Terra.
Susan observava a criança. Sentada na beira da cama, os cabelos ruivos caindo como ondas de sangue e fogo sobre os ombros.
Dmitry entrou no quarto devagar. Fechou a porta sem som.
Ela sabia que ele estava ali — sentiu antes do primeiro passo.
— Ele veio. — Ela disse, sem virar o rosto.
Dmitry permaneceu de pé por um instante, observando-a no meio da penumbra.
— Veio.
— Havia uma garota com ele. Não vi… Mas senti. Ela é… Tranquila. Como água de nascente. Mas tem dentro dela uma força que o mundo inteiro não poderia conter.
Susan finalmente olhou para ele. E por um momento, não era só a mulher ruiva com olhos intensos que ele amava.
Era a Deusa. Mas uma deusa sem arrogância, sem coroa, sem trono. Uma deusa de carne e fogo, com os pés desc