A mansão Rurik, mesmo com todos os avanços tecnológicos, era um reduto onde o antigo e o moderno dançavam lado a lado. E entre brinquedos encantados que se organizavam sozinhos e hologramas ativados por voz, havia uma criança que estava prestes a bagunçar todas as leis naturais: Demyan.
Ele tinha cinco anos.
E naquele fim de tarde, enquanto corria pelos corredores com um dragão de pelúcia encantado que flutuava atrás dele, algo mudou.
— Pega, dragãozinho! Mas não morde! — Avisava, o cabelinho branco desarrumado, os olhos brilhando com a alegria de quem não sabia o poder que carregava.
Foi ao escorregar no tapete e cair de bumbum que tudo aconteceu.
— Ai!
Seu lábio inferior tremeu. As lágrimas vieram... Mas não caíram.
O pequeno fechou os olhos e esticou as mãos para o ar, como se procurasse algo invisível.
O dragão de pelúcia tremeu... E de repente ficou enorme. Real. Um ser etéreo com escamas translúcidas, olhos dourados e asas brilhantes, do tamanho de uma égua, surgiu no salão.
— D