"Tem caminho que a gente faz pra fugir e termina voltando para as mãos do caçador." — (Anotação de R.)
[Continuando Flashbacks de Renata...]
... A barriga foi crescendo, e com ela, um turbilhão de inquietações silenciosas.
No início, o bebê se movia como se fosse uma borboleta perdida, batendo asas com delicadeza dentro de mim — movimentos tímidos, quase secretos. Eu pousava a mão sobre a pele esticada, sentindo aquele pequeno universo pulsar, e um sorriso bobo escapava sem que eu pudesse conter.
— Vem cá, Guilherme... — chamava, a voz carregando uma mistura de urgência e encanto.
— Sente isso? Ele está dançando... E, naquele instante, não era só o bebê que se movia. Era o mundo inteiro, girando diferente, só para nós três.
Ele vinha, encostava a palma quente na minha barriga, esperava. Quando sentia, os olhos se iluminavam de um jeito que eu nunca tinha visto nele, nem na Casa, nem em contrato nenhum.
Depois de um tempo, eu não precisei dizer mais nada. Os chutes eram visíveis, minha